Leia para compreender
Já se perguntou hoje o que te inspira? Uma questão bastante profunda, não é mesmo? O que pode ser de inspiração para você, não será para outros, sendo bastante diferente de uma pessoa para outra. E hoje, vou falar um pouco sobre o que me inspira e pode, pelo menos um pouco, inspirar você.
Quando comecei a pensar na pauta que eu poderia escrever, muitas coisas vieram em minha mente, principalmente aquilo que deixa o meu dia melhor e que tem influencia direta no meu trabalho: escrever. Não vou dizer que a minha opinião sobre isso seja unânime, até porque é muito relativo, escrever requer um esforço mental muito grande para encontrar as palavras certas e comunicar aquilo que queremos, da melhor forma. Afinal, o que pode ser claro para um, pode não ser claro para outro. E como descobrir as melhores palavras? Conhecendo-as. Como conhecer? Lendo. Sim, é através da leitura que eu me inspiro a ser melhor, como pessoa e, principalmente, como profissional, visto que eu fico escrevendo na maior parte do meu dia.
Minha jornada na leitura começou muito cedo, com seis anos ganhei meu primeiro livro da minha vó, que é até hoje é uma grande incentivadora. Mas começar a ler muito cedo é um pouco difícil, mas não impossível. Livros infantis, de fantasia, gibis e assim vai. Com o passar dos anos, meu apego por livros foi ficando cada vez mais forte. Quando eu era adolescente e durante as férias, eu chegava a ler 2 livros por semana. Bons tempos...
Infelizmente ou felizmente, a vida adulta chega para todos e eu passei a ter menos tempo para ler. Faculdade, trabalho, rotina, contas a pagar... Mas, apesar da idade, eu me transformei em uma incentivadora da leitura, pois ler é um processo de capacitação infinito, sendo capaz de ampliar os seus horizontes e apresentar um novo universo. Além disso, não podemos falar em educação sem incluir a importância de fomentar a leitura, pois é através dela que é possível adquirir conhecimento, desenvolver capacidade analítica e crítica frente às situações da vida, como também na atuação no meio em que estamos inseridos.
Hábito da leitura no Brasil
Uma das principais características dos leitores é a curiosidade, conhecer coisas novas é o que estimula ainda mais o consumo de livros, sejam eles físicos ou digitais. Entretanto, o hábito da leitura ainda não é tão forte quanto imaginamos no Brasil. Conforme uma pesquisa realizada pelo Instituto Pró-Livro nos últimos três meses de 2019, o brasileiro leu por completo, em média, 1,05 livros no período de três meses. Aqueles que se denominam leitores, a quantidade sobe para 2,04. Ou seja, menos de um livro por mês.
E quando comparamos com o resto do mundo, o Brasil está muito abaixo dos principais países em relação ao tempo de leitura. Além disso, mais pessoas do gênero feminino estão lendo, ficando em 59%, e os homens leitores estão em 52%.
O índice de leitura no Brasil impacta diretamente no conhecimento e melhores oportunidades de empregos. Esse não é o foco do texto, mas é válido lembrar: “quanto mais você lê, mais coisas irá saber, e quanto mais você aprender, a mais lugares poderá ir”.
Mercado digital
O livro físico é ainda muito valorizado pelos leitores, principalmente por proporcionar aquela sensação de passar as páginas e vira um item de decoração. O objeto em si se torna um amigo de muitos – eu, por exemplo, estou sempre carregando um exemplar.
Mas será que com o avanço da tecnologia os livros estão diminuindo? Duvido muito, o mercado digital chegou com força e veio para ficar. Nos Estados Unidos já corresponde a cerca de 20% do mercado. No Brasil, o número que corresponde o mercado editorial é de 4%, mesmo sendo baixo, já apresentou um crescimento entre 2016 e 2019, conforme o estudo do SNEL – Sindicato Nacional dos Editores de Livros.
Além disso, 2020 e 2021 trouxe perspectivas ainda mais positivas para a literatura e os e-books: o isolamento impulsionou as vendas dos livros. Em 2020 a venda e-books saltou para 83% a mais que 2019, com cerca de 8,4 milhões de unidades vendidas. Além disso, o crescimento em volume de exemplares vendidos é mais expressivo que o faturamento do mercado de livros digitais, que subiu 36% - número reajustado pela inflação, contabilizando e-books e audiolivros em plataformas como bibliotecas virtuais.
Houve, sim, um aumento significativo no interesse de brasileiros por e-books devido toda à transformação do mercado e momento econômico atual, isso é um fato. A quantidade de lançamentos em e-books em 2020 foi 16% maior que o ano anterior. Para completar, os e-books representam 99% do faturamento dos livros digitais, enquanto o 1% ficou com os audiolivros.
Outra forma de acesso aos livros que recebeu uma grande atenção durante a pandemia foram as livrarias virtuais / e-commerces, com um aumento de 85% na receita das editoras na venda de exemplares físicos. Por outro lado, as lojas físicas em ruas e shoppings tiveram uma queda de 32%.
Não podemos mais negar que, em um mercado que já foi 100% dominado por livros físicos, os livros digitais e audiolivros só crescem no Brasil. Apesar disso, o brasileiro ainda aposta no papel. Os leitores assíduos podem até ler no digital, mas sempre vão preferir o impresso.
Ler para compreender
A leitura é uma importante ferramenta de transformação social, visto que ela influencia na nossa maneira de agir, pensar e falar. Mas, muito mais do que ter um amplo vocabulário, é necessário ler e compreender para, assim, opinar, criticar e, até mesmo, transformar situações.
Ler, seja um livro, um jornal, um gibi, uma revista, pode enriquecer uma pessoa, culturalmente e socialmente. Só assim, podemos compreender e sermos compreendidos. A leitura, além de auxiliar na comunicação, nos dá acesso ao um mundo infinito de possibilidades, informações, ideias, histórias e sonhos.
E nos permitir a sonhar em uma aventura ou estarmos dispostos a aprender uma nova informação, amplia o nosso conhecimento e desperta um mundo repleto de palavras para, construir o que gostamos, queremos e sonhamos.
E aí, já leu um livro hoje?
Não poderia deixar de indicar cinco leituras que, na minha opinião e experiência, todo mundo deveria ler. Segue o fio:
- Novembro de 63 – Stephen King;
- A Trança – Laetitia Colombani;
- A Biblioteca da Meia Noite – Matt Haig;
- Kim Jiyung, nascida em 1982 – Cho Nam-Joo;
- Maus – Art Spiegerlman.
E, por último, não desdenhe do que o outro está lendo. TODA leitura é válida, independentemente do conteúdo. Quer ler sobre vampiros? Leia. Sobre guerras? Leia. Sobre autoajuda? Leia. O conhecimento que você absorver, ninguém vai te tirar.